Tartaruga é a embaixadora do projeto literário que um português criou em Cabo Verde
João Fonseca é um português que vive em Cabo Verde e que decidiu contar ao filho a história deste país, escolhendo a tartaruga como embaixadora de uma diplomacia criativa que inclui um livro, um mural e muitas horas de leitura.
“A literatura que se fazia sobre Cabo Verde para as crianças estava muito centrada nos modelos ocidentais, principalmente no modelo europeu, e procurei uma nova roupagem para que o meu filho, que nasceu aqui, possa compreender no futuro o país onde nasceu e viveu”, contou à Lusa.
O propósito era elaborar uma história, com que todos os anos presenteia o filho no aniversário, mas acabou por ser um projeto de literatura infantil que já levou à estampa um dos cinco livros projetados sobre a realidade do país nas vertentes económica, política, social e cultural.
O projeto, intitulado “Estórias do meu país inventado”, tem uma prioridade que é “focar em pontos estruturais na sociedade: cultura, pobreza, modos de vida, ambiente”.
“São cinco livros e todos eles focam numa particularidade da realidade cabo-verdiana”, disse.
O objetivo, explicou, é “chegar ao fim dos cinco livros e ter um retrato social do país, mas ao mesmo tempo que esse retrato social seja um sinal de esperança para construir uma sociedade no caminho da evolução e mais bonita”.
O primeiro livro – “As tartarugas também choram” - foi uma “tentativa de abordagem do contexto económico e social e de falar da questão da biodiversidade e das tartarugas”. O segundo, a lançar no final deste ano, “fala da realidade das ilhas no interior e da agricultura e das pessoas que vivem isoladas, sem água, sem luz e das crianças que por vezes não frequentam a escola”.