Queremos levá-lo a conhecer o Portugal dos pequenos recantos e paisagens esquecidas. Vá sempre em grupos reduzidos e acompanhado por quem conhece o terreno e os seus segredos.
Queremos levá-lo a conhecer o Portugal dos pequenos recantos e paisagens esquecidas. Vá sempre em grupos reduzidos e acompanhado por quem conhece o terreno e os seus segredos.
No seu tempo, a Condessa Mumadona Dias foi a dama mais rica e poderosa do Noroeste Peninsular. Era filha dos Condes Diogo Fernandes e Onega, esposa do Conde Hermenegildo Gonçalves (filho dos Condes Gonçalo e Teresa, fundadores do Mosteiro de Carvoeiro na Galiza) de quem teve seis filhos: Gonçalo Mendes, Diogo Mendes, Ramiro Mendes, diácono, Onega Mendes, Nuno Mendes e Árias ou Ariano Mendes.
Mumadona Dias foi a fundadora de Guimarães ao mandar erguer o Mosteiro em honra de Santa Maria e o Castelo. Após a morte do marido em 928, a Condessa Mumadona Dias partilhou com os seus filhos os vastos domínios que o casal possuía. As terras de Guimarães ficaram com a sua filha Onega que era, na altura, religiosa. Mumadona funda aqui o Mosteiro de Santa Maria em 950 onde professou e ao qual doaria terras, gados, ornamentos de culto, livros de caráter religioso e outros rendimentos. Sabe-se hoje que este Mosteiro possuía uma notável e valiosa biblioteca.Quando a sua filha Onega abandona a vida religiosa, Mumadona Dias concede-lhe outros bens em troca das terras de Guimarães e torna-se, assim, dona absoluta das mesmas. No sentido de afirmar o seu poder e proteger o mosteiro e as suas gentes de ataques invasores dos Normandos que assolavam as costas portuguesas com muita regularidade, determinou a edificação de uma fortificação, na parte alta de Guimarães, à volta do qual se desenvolveu uma das duas vilas de Guimarães: a Vila de Cima ou a Vila do Castelo.
Se quiser vir conhecer a zona de Guimarães sem ter de se preocupar com a condução, com a marcação dos restaurantes ou do hotel onde ficar pode sempre escrever para o email asteriscoseparenteses@gmail.comou contactar pelo telefone 919113211.
A nossa empresa de animação turística trata de tudo, e transporta-o em confortável mini-bus de nove lugares.
A propósito da estátua do Guimarães que toma conta da praça da Oliveira, muito se tem dito em desabono do carácter dos vimaranenses. Era em Suaken, no sul de Marrocos, no ano de 1578, quarto dia do mês de Agosto, em que se travava a para sempre memorável e trágica batalha de al-Kasr al-Kebir. A peleja ia rija, com os ventos a correrem de feição às hostes portugueses, quando começa a correr a notícia de que sultão Mulei Maluco tinha sido varado por um tiro, indo entregar a alma a Mafamede. Já os gritos de vitória! vitória! vitória!atroavam, em uníssono, nos céus marroquinos, quando os súbditos de D. Sebastião foram apanhados de surpresa pela inopinada arremetida da infantaria mourisca, saída de onde só Mafoma sabia. Do que se passou a seguir, os relatos não coincidem. Dizem uns que se escutaram incitamentos à resistência: Ter! Ter!
Outros contaram que os gritos que se ouviram ordenavam a retirada:Retira! Retira!
Por último, há quem garanta que a ordem não era para resistir, nem para retirar, mas sim para regressar (mas ninguém soube dizer para onde): Volta! Volta!
O que parece certo é que todos os relatos estavam dentro da verdade e que todos aqueles gritos ecoaram em simultâneo. As vozes misturavam-se, pois, vindas de todas as direcções:
Ter! ter! Volta! Volta! Retira! Retira!
Os que se acharam naquela babel ficaram, naturalmente, confundidos, baralhados e, até mesmo, algo indecisos. O caos e a desordem instalaram-se entre as hostes de Sebastião. Com tanta balbúrdia e tamanho alvoroço, as tropas portuguesas logo se viram cercadas e vindimadas pela arcabuzaria sarracena. E então, as areias quentes de al-Kasr al-Kebir tingiram-se de vermelho, lavadas pelo sangue dos portugueses. Com a derrota eminente, narram as crónicas que apenas Sebastião e um pequeno grupo de homens resistiam. Ficaram para a História as palavras de D. João de Portugal: Que pode haver aqui que fazer, senão morrermos todos?
Muito se tem escrito sobre o sentido da resposta que então lhe deu D. Sebastião:
Morrer, sim, mas devagar! O que sucedeu a seguir é um mistério que, até ao dia de hoje, ficou por contar. A certa altura, levantou-se um vento agreste e sufocante, fazendo cair sobre al-Kasr al-Kebir uma névoa seca e espessa, um limometeoro, enfim, uma tempestade de areia. D. Sebastião, que não tinha vontade de morrer depressa, aproveitou o ensejo para abandonar o campo de batalha, acompanhado apenas por sete dos fidalgos que o acompanhavam. Entre os que seguiram o rei fugitivo, ia um BaltazarPacheco de Alcoforado, a quem, segundo uso militar antiquíssimo, chamavam o Guimarães, por ser natural desta santa terra.
Seguiram rumo ao Sul, pelas quentes e secas areias do Saara, escondendo-se nos dias claros e tórridos daquele Agosto quinhentista, caminhando nas noites gélidas, com os seus passos guiados pela linha do mar e pela cintilação das estrelas. Entre eles, já não havia rei, nem súbditos, todos eram iguais: cansados, esfomeados, sequiosos e fugitivos. Não se sabe quantos dias andaram nesta retirada. No limite das forças, tiveram de tomar uma decisão dramática, empurrada pelo instinto de sobrevivência. Precisavam de comer, mas não tinham o quê. Decidiram que um deles seria sacrificado, para que os outros se pudessem salvar. Tiraram as sortes, e a mais aziaga calhou ao rei. De nada lhe adiantou invocar a sua majestade nem o direito divino. Foi esquartejado e repartido entre os sobreviventes, que se banquetearam com as carnagens reais.
Mais uma vez, como tantas outras, o destino zombou dos homens. Por uma estranha ironia, quando ainda estavam mergulhado no torpor pós-prandial que os atacou depois de tão extraordinária refeição, avistaram ao longe uma nau, que só podia ser portuguesa. Correram à praia, acenando, furiosos, com a bandeira real que um deles tivera a lembrança de trazer consigo.
Foi assim que se viram de regresso a Portugal. Antes de embarcarem, juraram guardar segredo quanto ao acontecido com o rei D. Sebastião, o qual lhes poderia ter sabido bem melhor, tivessem eles sal e pimenta. Como a tragédia daqueles homens parecia não ter fim, quando já chegavam a Lisboa, depois de atravessarem todo aquele mar, levantou-se tamanha tempestade, que fez o navio naufragar. Nenhum deles se salvou, a não ser o Guimarães, que deu à costa na praia de Carcavelos. Em Guimarães, Baltazar Alcoforado foi recebido como um herói. Era ele, afinal, um estóico sobrevivente de uma aventura insana cujas consequências Portugal pagaria com a sua própria independência. Nunca contou a ninguém a verdade do que se tinha passado com ele naquela praia da Mauritânia.
A ninguém, excepto ao padre Inácio Laranjo, claro, mas foi como se o não tivesse contado, posto que o assunto ficou resguardado por segredo de confissão. Quando morreu, decidiram fazer uma estátua que perpetuasse a memória daquele herói vimaranense. Na altura, alguns estranharam o alvitre insistente e enigmático do Padre Inácio, homem que tinha tanto, ou menos, de piedoso como de gaiteiro, para que o representassem com uma cara na barriga. O mestre-pedreiro não viu nenhum mal na pilhéria, e fez-lhe a vontade.
E lá ficou o Guimarães, para a posteridade, imponente, sereno e majestoso. Ao contrário do que por aí dizem, não tem duas caras. Mas tem o rei na barriga.
Se quiser vir conhecer a zona de Guimarães sem ter de se preocupar com a condução, com a marcação dos restaurantes ou do hotel onde ficar pode sempre escrever para o email asteriscoseparenteses@gmail.comou contactar pelo telefone 919113211.
A nossa empresa de animação turística trata de tudo, e transporta-o em confortável mini-bus de nove lugares.
A Torre de Menagem do Castelo de Guimarães reabre dia 24 de Junho, "Dia Um de Portugal", depois de obras, no valor de 430 mil euros, para dotar aquele monumento nacional de "melhores condições de acessibilidade e segurança".
A Direção Regional de Cultura do Norte explica, em comunicado, que a reabilitação da Torre de Menagem corresponde à segunda fase da intervenção concretizada no Castelo de Guimarães, representando um investimento global de cerca de 430.000 euros.
Além da reabertura do acesso à Torre, é ainda inaugurada uma nova exposição, "Do Condado ao Reino: Centro Interpretativo do Castelo de Guimarães", que enquadra historicamente o Condado Portucalense e a posterior formação do Reino de Portugal, retrata a origem do Castelo de Guimarães e apresenta ainda imagens e representações de D. Afonso Henriques, o primeiro rei português.
Segundo o texto, a intervenção teve "por objetivo dotar o monumento nacional de melhores condições de acessibilidade e segurança por parte dos milhares de visitantes que todos os anos procuram o emblemático Castelo".
Além disso, explica aquele organismo, "simultaneamente procedeu-se à instalação de uma nova área de receção aos visitantes e produziu-se uma nova exposição que, a partir do dia 24 de junho, estará disponível para visita na Torre de Menagem".
Monumento Nacional desde 1910 e Maravilha de Portugal desde 2007, o Castelo de Guimarães remonta ao século X, tendo sido edificado para defender o Mosteiro de Santa Maria, fundado pela viúva do Conde Hermenegildo Gonçalves, a Condessa Mumadona Dias.
O aspeto atual do castelo foi marcado pelas obras de recuperação feitas nos anos 40 do século XX, levadas a cabo no contexto das comemorações do duplo centenário da formação da nacionalidade e da restauração da independência.
A 24 de junho, Guimarães celebra o "Primeiro Dia de Portugal", evocando a Batalha de S. Mamede travada em 1128 entre D. Afonso Henriques e a mãe, D. Teresa.
Se quiser vir conhecer Guimarães sem se preocupar com a condução, com a marcação dos restaurantes ou do hotel onde ficar pode sempre escrever para o email asteriscoseparenteses@gmail.comou contactar pelo telefone 919113211.