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Asteriscos e Parenteses

Queremos levá-lo a conhecer o Portugal dos pequenos recantos e paisagens esquecidas. Vá sempre em grupos reduzidos e acompanhado por quem conhece o terreno e os seus segredos.

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Plano turístico para Santarém quer aproveitar potencial histórico, gastronómico e natural

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 O Plano Estratégico de Valorização Turística para o concelho de Santarém prevê a criação de sete produtos que aproveitem o potencial oferecido pelo património histórico, gastronómico, cultural, natural e paisagístico da região.

O documento, elaborado no âmbito do trabalho que tem vindo a ser desenvolvido nos últimos anos pela Entidade Regional de Turismo do Alentejo e Ribatejo nos concelhos da Lezíria, vem definir uma “linha estratégica” para um trabalho que tem vindo a ser realizado “mais ou menos avulso”, disse o presidente da Câmara de Santarém, Ricardo Gonçalves.

O plano, que vai ser submetido à próxima Assembleia Municipal, preconiza a realização de cerca de meia centena de ações ao longo dos próximos cinco anos, afirmando o autarca que algumas das medidas estão já a ser trabalhadas.

O documento conclui que Santarém possui uma “vocação turística eminentemente histórico-cultural, mas também religiosa”, ao mesmo tempo que reconhece a “reduzida atratividade de grande parte do espólio existente”.

Apontam-se as potencialidades e a falta de aposta na atratividade do património natural, em particular do rio Tejo e da zona que integra o Parque Natural das Serras d’Aire e Candeeiros, a escassa oferta hoteleira, o número reduzido de agentes de animação turística, a restauração “muito concentrada e com carência de qualificação e aposta na autenticidade gastronómica regional”.

Com base na análise realizada, os responsáveis pelo estudo apontam um conjunto de ações que visam melhorar a atratividade turística do concelho, com a criação de roteiros e rotas, condições de visitação dos monumentos e igrejas, programação regular de eventos culturais e de animação, além da afirmação como capital da gastronomia, com a criação de uma academia de formação especializada e a realização de residências criativas.

Ricardo Gonçalves disse à Lusa que várias destas vertentes têm vindo a ser trabalhadas, referindo em particular a preocupação em reabrir o museu de S. João de Alporão ou a Igreja de Santa Iria, ambos a necessitarem de intervenção que tem de ser articulada com a Direção-Geral do Património Cultural.

O autarca apontou igualmente a contratação recente de uma empresa que está a analisar toda a programação cultural do concelho e que irá trabalhar na sua divulgação, bem como a requalificação de vários espaços do centro histórico, devido a financiamento comunitários no âmbito do Plano Estratégico de Desenvolvimento Urbano.

O município destacou também o “corredor verde” que está a ser trabalhado com o concelho vizinho de Rio Maior, o contributo que a recentemente inaugurada rede de pontos de ‘wifi’ no centro histórico dará para uma plataforma de realidade virtual e a criação de uma nova imagem para o turismo.

O plano sugere que o espaço do antigo quartel da Escola Prática de Cavalaria seja transformado num “parque de cidade”, aproveitando as estruturas existentes, nomeadamente para a criação de um centro equestre, e que o antigo presídio militar acolha um centro de arte, ciência e tecnologia ou um “megaestúdio cinematográfico”.

Para o campo Emílio Infante da Câmara propõe-se um espaço verde dedicado às artes, com a criação de uma Casa das Artes e de Espetáculos e um museu do campino e do cavalo, aproveitando a Casa do Campino para a instalação de uma academia especializada na formação em artes gastronómicas.

No norte do concelho, sugere-se que o património natural das Serras d’Aire e Candeeiros, que inclui a jazida de pegadas de dinossáurios de Vale de Meios, e inúmeras pedreiras desativadas, seja candidatado a Geoparque da UNESCO e aproveitado para turismo na natureza.

Para o rio Tejo, além do aproveitamento para desportos náuticos, o município refere o potencial da requalificação dos bairros e aldeias ribeirinhas, a criação de uma rede de aldeias avieiras, a criação de um centro interpretativo e de um “comboio turístico” Lisboa/Santarém.

Ricardo Gonçalves afirmou que o plano “é muito ambicioso”, pelo que não poderá ser concretizado “todo de uma vez”, e que, sendo um “documento aberto”, é “sempre possível melhorar” e “adaptar a realidades exógenas”, nomeadamente às decorrentes dos fundos comunitários.

Festival de Órgão de Santarém oferece 13 eventos em seis dias de novembro

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O primeiro Festival de Órgão de Santarém (FÓS) vai oferecer, de 9 a 18 de novembro, seis concertos, uma missa e seis mini-recitais, que decorrerão ao longo de seis dias em seis igrejas da cidade que albergam órgãos históricos restaurados.

Apresentado hoje em conferência de imprensa pelas três entidades parceiras, o FÓS sucede aos Ciclos de Órgãos Históricos de Santarém que aconteceram, em três edições, entre 2010 e 2017, com o objetivo de dar a conhecer e divulgar os seis órgãos históricos da cidade, propriedade da Diocese e da Santa Casa da Misericórdia de Santarém (SCMS), reabilitados e restaurados entre 2007 e 2015 numa parceria que envolveu também o município.

Joaquim Ganhão, responsável pelos bens culturais da Diocese de Santarém, disse à Lusa que a evolução de ciclos de concertos que se estendiam por alguns meses para um festival que concentra os eventos em dois fins de semana permitirá “fidelizar públicos”.

As três entidades promotoras realçaram o facto de Santarém ser a cidade do país “com mais órgãos históricos restaurados num raio de um quilómetro” (sete no total).

“Aqui, em Santarém, temos a felicidade de termos esta confluência de tantos instrumentos num espaço que é o centro histórico”, afirmou o pároco, sublinhando o “estímulo” proporcionado pelo restauro de órgãos que, à exceção de dois, estiveram “esquecidos e calados” durante “quase um século”.

Semana Internacional de Piano de Óbidos alarga-se a Caldas da Rainha e Santarém

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A Semana Internacional de Piano de Óbidos (SIPO), que traz a Portugal em agosto pianistas como Paul Badura-Skoda, Boris Berman e Josep Colom, conta pela primeira vez com concertos em Caldas da Rainha e Santarém.

"Pela primeira vez, a SIPO sai de Óbidos, onde mantém a maior parte dos seus concertos, e organiza o primeiro concerto em Caldas da Rainha e o último em Santarém", afirmou Sílvia Gusmão, da Associação de Cursos Internacionais de Música de Óbidos (ACIM), organizadora da SIPO, entre 08 e 21 de agosto.

O alargamento dos concertos a Caldas da Rainha e Santarém "vai ao encontro do público e é uma experiência para ver como reage o público a salas maiores", acrescentou.

O primeiro concerto acontece a 9 de agosto, no Centro Cultural e de Congressos de Caldas da Rainha, com o português Fausto Neves, que toca pela primeira vez na SIPO, com um repertório de Mozart, Prokofieff, Lopes-Graça, Ravel e Debussy.

O brasileiro Luiz de Moura Castro continua no dia 11, no auditório municipal da Casa da Música de Óbidos, com obras de Scarlatti, Beethoven, Ginastera, Piazzola e Falla.

No mesmo local, no dia seguinte, atua a pianista portuguesa Manuela Gouveia, que vai tocar composições de Chopin e Schumann, e, no dia 13, o espanhol Josep Colom com Chopin, nomes em que a SIPO volta a apostar.

A 14 é a vez do russo Boris Berman interpretar Brahms, dois dias depois é o austríaco Paul Badura-Skoda, com Bach, Haydn e Beethoven e dia 17 a inglesa Bridget Moura Castro.

"Paul Badura-Skoda, que completa os seus 90 anos, vai fazer só mais dois concertos este ano, o de Óbidos e outro em Viena [Áustría], onde vai celebrar o aniversário", adiantou a responsável, sublinhando que esta é uma "oportunidade" de assistir a um dos últimos concertos deste pianista austríaco.

Os seis integraram a edição de 2016, mas regressam para tocar repertório diferente.

O programa prossegue a 17 com o português Artur Pizarro, com composições de Mozart, Schumann, Debussy e Chopin.

Benjamin Krasner, Tamara Elizbarashvili e Joshua Hooke, pianistas laureados com o Prémio Antena 2, juntam em concerto em Óbidos (18) e na Casa Passos-Navarro, em Santarém (21) para interpretar Bach, Ravel, Liszt e Schumann.

A 19, realiza-se o concerto das ‘masterclasses', com participantes oriundos de 14 nacionalidades: Alemanha, Austrália, Áustria, Brasil, China, Coreia do Sul, Espanha, Estados Unidos da América, Grã-Bretanha, Hong-Kong, Islândia, Japão, Portugal, Taiwan e Turquia.

Além dos concertos, a SIPO tem patente uma exposição de fotografia de Ana Carvalho, com o tema "Variações", e promove uma conferência sobre a ligação do escritor Raul Brandão à música, por Joaquim Pinto da Silva.

Outra novidade da edição deste ano é a atribuição de um prémio à melhor interpretação de uma obra de um compositor português.

A SIPO é promovida pela Associação de Cursos Internacionais de Música de Óbidos (ACIM) com o apoio da Câmara Municipal de Óbidos e do Governo, através da Secretaria de Estado da Cultura.

Desde 2015 que a Comissão Europeia atribuiu à SIPO a classificação "EFFE - Europe for Festivals, Festivals for Europe", passando o evento a integrar a Plataforma Europeia de Festivais Europeus na área da cultura.

 

"Flash mob" chama atenção para degradação de Teatro em Santarém

Teatro Rosa Damasceno.jpe

 



Uma “flash mob” vai assinalar, quinta-feira, os 78 anos da entrada em funcionamento da remodelação do Teatro Rosa Damasceno, em Santarém, e chamar a atenção para o estado de degradação do edifício.

Iniciativa do Movimento Rosa Damasceno, a “multidão expontânea" com ensaio do Curso de Artes do Espetáculo da Escola Secundária Dr. Ginestal Machado vai decorrer junto à fachada em ruína do edifício da autoria do arquiteto Amílcar Pinto, afirma uma nota do grupo de cidadãos que se encontra a realizar um “levantamento jurídico e técnico” do estado do imóvel, alvo de um incêndio em 2007 que destruiu o seu interior.

Para a tarde do dia 25 de Junho, no Círculo Cultural Scalabitano, está agendada outra ação, uma sessão pública intitulada “Teatro Rosa Damasceno: Que Estratégia”, procurando dar continuidade à discussão iniciada no passado dia 08 de maio, centrada na “defesa da qualidade do espaço”, e que tem decorrido nas redes sociais, em particular na página na rede social Facebook do Movimento Rosa Damasceno.

Um dos membros do movimento, Tiago Soares Lopes, disse à Lusa que mais que a recuperação do imóvel, que entrou em fase de degradação depois de perder a sua função de cinema na década de 1990, é preciso discutir se na atual estrutura urbana da cidade continua a fazer sentido uma sala de espetáculos daquela dimensão (cerca de 900 lugares).

Para o arquiteto, a resposta só pode ser positiva, dada a dimensão reduzida dos outros teatros existentes no centro histórico de Santarém (o Sá da Bandeira, com cerca de 200 lugares, e o Taborda, 120), sendo importante que o “caminho a seguir” seja definido no âmbito de uma discussão “não contra ninguém” mas envolvendo todos, incluindo os proprietários do edifício.

À discussão em torno da ruína do Rosa Damasceno associou-se o arquiteto José Manuel Fernandes, que, num texto a que a Lusa teve acesso, retoma a defesa da reconstrução e desejável uso cultural do teatro.

Recuperando a carta que escreveu em 2007 na sequência do incêndio que, em março desse ano, destruiu o interior do teatro, o docente do departamento de História e Teoria da Arquitetura, Urbanismo e Design da Faculdade de Arquitetura da UTL recorda que o edifício mantém ainda “a preciosa fachada Art Deco e a estrutura de alvenaria dos vários alçados”.

José Manuel Fernandes lembra o “valor assinalável” do edifício como património arquitetónico do século XX, reconhecido pela classificação, em 2002, como Monumento de Interesse Público e pela inclusão no levantamento realizado pela Ordem dos Arquitetos em 2005-2006 e em publicações como o “Cinemas de Portugal” ou “Amílcar Pinto, um Arquiteto Português do Século XX”.

Edificado em 1937-38 com projeto de Amílcar Pinto (1890-1978), o Teatro Rosa Damasceno constitui “possivelmente o mais destacado exemplo de arquitetura modernista de toda a cidade escalabitana”, realça.

Recordando que o caso do Rosa Damasceno em Santarém “não constitui uma situação isolada”, José Manuel Fernandes refere, nomeadamente, o exemplo do Capitólio, que, “depois de rocambolescas e demoradas situações se encontra agora em fase (também demorada) de acabamentos”, numa “notável” recuperação, que restaura a feição original do edifício (1931), por iniciativa do município lisboeta.

Apontando as características do Rosa Damasceno, “tão ao gosto inovador e arrojado do seu tempo”, tanto no exterior como no interior (entretanto destruído), José Manuel Fernandes afirma que “o desaparecimento do imóvel poderia ser um desfecho previsível, dado o longo diferendo que opunha há anos a edilidade local aos proprietários”.

Contudo, defende, “não há que hesitar: o valor do que subsiste, passados vários anos do fogo, bem como o significado histórico e afetivo do imóvel para a cidade, obrigam a uma reconstrução do seu interior, evidentemente para novos usos, desejavelmente com sentido cultural”.



Se quiser vir conhecer a zona do Ribatejo e a sua capital, Santarém, sem se preocupar com a condução, com a marcação dos restaurantes ou do hotel onde ficar pode sempre escrever para o email asteriscoseparenteses@gmail.com ou contactar pelo telefone 919113211.

 

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