Queremos levá-lo a conhecer o Portugal dos pequenos recantos e paisagens esquecidas. Vá sempre em grupos reduzidos e acompanhado por quem conhece o terreno e os seus segredos.
Queremos levá-lo a conhecer o Portugal dos pequenos recantos e paisagens esquecidas. Vá sempre em grupos reduzidos e acompanhado por quem conhece o terreno e os seus segredos.
O Ministério do Ambiente enviou para publicação em Diário da República a portaria que estabelece, pela primeira vez, um limite diário de 550 visitantes em simultâneo na ilha das Berlengas.
Fonte oficial do Ministério do Ambiente confirmou à Lusa que a tutela enviou a portaria para publicação em Diário da República, para que possa entrar em vigor em meados deste mês.
A proposta de portaria, que esteve até meados de abril em consulta pública e apontava para 500 visitantes diários em permanência, mas a tutela aumentou esse limite para 550, disseram alguns dos operadores das embarcações marítimo-turísticas de Peniche, que transportam os turistas para a ilha, no distrito de Leiria.
A possibilidade de definir um limite de visitantes está previsto no regulamento do Plano de Ordenamento da Reserva Natural das Berlengas, que está em vigor desde 2008, tendo em conta a “fragilidade dos ecossistemas insulares e atendendo às condições específicas do arquipélago”.
Contudo, nunca chegou a ser fixada uma capacidade máxima.
Na última assembleia municipal, o presidente da Câmara, o independente Henrique Bertino, disse que “era a favor que se estabeleça um limite de carga humana, por questões de segurança”.
A Associação de Operadores Marítimo-Turísticos de Peniche, que representa metade das 24 embarcações existentes, também concorda com a fixação de um limite.
Para o excesso de visitantes contribuiu o facto de, em alternativa à não emissão de novas licenças, alguns operadores adquiriram licenças na Nazaré, São Martinho do Porto (Alcobaça) e Ericeira (Mafra), onde existiam embarcações autorizadas a fazer passeios às Berlengas, motivo pelo qual o número de barcos triplicou nos últimos 10 anos.
Um estudo da Universidade Nova de Lisboa, concluiu que visitam anualmente a ilha da Berlenga mais de 65.650 pessoas, das quais 43.250 na época alta (meses de verão).
O arquipélago foi classificado em 2011 como Reserva Mundial da Biosfera pela UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura), tem estatuto de reserva natural desde 1981 e foi classificado como Zona de Proteção Especial para as Aves Selvagens em 1999.
A experiência de Portugal no desenvolvimento de um turismo responsável e sustentável vai ser apresentado pela secretária de Estado do Turismo, Ana Mendes Godinho, num fórum internacional na terça-feira em Londres.
Portugal é o único país representado ao nível governamental no Skift Forum Europe, organizado pela Skift, uma agência de recolha de informação sobre a indústria ao nível global e que discute nestes eventos o futuro e as novas tendências para o setor.
Mendes Godinho disse à Lusa que o convite evidencia o reconhecimento pelo que tem sido feito em Portugal em termos de turismo responsável e de sustentabilidade do turismo.
"A nossa estratégia é considerada um 'case study'", vincou, referindo o facto de Portugal ter recebido este ano o prémio de Melhor Destino Sustentável da Europa em março, durante a ITB Berlim, a principal feira internacional de turismo.
Na sua intervenção no painel "Destinos: O próximo Capítulo em Turismo Responsável", a secretária de Estado vai apresentar medidas, como o financiamento a projetos e ‘startups’ com impacto social e a empresas para melhorarem a performance ambiental.
"Neste momento temos 22 projetos aprovados, que são exemplos de como se pode mobilizar a sociedade civil e como o turismo pode e deve ser um instrumento de desenvolvimento dos territórios", adiantou à Lusa.
Entre alguns exemplos, referiu o Viver@Misericórdia, desenvolvido pela Junta de Freguesia lisboeta, em que são organizadas atividades que envolvem a comunidade local, nomeadamente para a limpeza de grafitos, ou o Manicómio, promovido pelo Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa, que visa expor obras de artistas com doenças mentais.
O plano para a sustentabilidade do Turismo inclui um esforço para valorizar projetos turísticos no interior, salientou, "antecipando as questões da sobrecarga e sendo inteligente na forma como gerimos a procura turística, criando motivos para, cada vez mais, desconcentrar a procura ao longo do território e de todo o ano".
Como oradores no evento, que decorre na terça-feira, estão presidentes e executivos de empresas como o grupo hoteleiro InterContinental Hotels, a transportadora British Airways, a transportadora Uber, as plataformas de alojamento Airbnb e Booking.com.
O investimento de sete milhões de euros realizado no âmbito da Rede de Judiarias de Portugal constitui para a diretora regional de Cultura do Centro uma "mais-valia determinante" para o desenvolvimento da região.
"Numa região que tem problemas que estão absolutamente identificados, do ponto de vista da desertificação dos territórios, a criação deste tipo de oportunidades de negócio pode vir a revelar-se no futuro, aliás, penso que já se está a revelar, neste momento, como uma mais-valia absolutamente determinante para o desenvolvimento da região", disse Susana Menezes à Lusa.
O programa "Rotas de Sefarad, Valorização da Identidade Judaica Portuguesa no Diálogo de Culturas" desenvolveu-se entre 2014 e 2017 e teve como entidade promotora a Rede de Judiarias de Portugal.
A medida permitiu um investimento de sete milhões de euros (financiamento do programa EEA Grants, do Estado Português e dos municípios envolvidos) e teve uma execução superior a 95%.
Segundo a responsável pela Direção Regional de Cultura do Centro (DRCC), o programa permitiu reorganizar o património relacionado com a presença judaica e criar uma rota que, "do ponto de vista do turismo, de todas as atividades relacionadas com a indústria do lazer, é absolutamente estruturante".
Para o futuro, adiantou que há "outras parcerias que poderão vir a ser potenciadas, nomeadamente com Espanha", que também tem uma Rede de Judiarias.
"Há um caminho óbvio de internacionalização, que vai ser feito, como é evidente, mas há também investigação a ser aprofundada, desenvolvimento de outros estudos, para abrir potencialidades e para abrir outro leque de oportunidades dentro da região", disse.
Susana Menezes valoriza o programa por permitir fazer a ligação do local com o global.
"Isto [Rede de Judiarias] liga-nos numa grande rede global com os Estados Unidos da América, por exemplo. Portanto, não apenas com países europeus, mas com países na América do Norte e até mesmo na América do Sul. A Rede pode consubstanciar uma ligação universal muito maior do que aquilo que neste momento até está a acontecer", vaticina.
Um dos projetos apoiados pelo programa foi o Memorial aos Refugiados e ao Cônsul Aristides de Sousa Mendes, em Vilar Formoso, Almeida, que abriu em agosto de 2017.
O presidente da Câmara Municipal de Almeida, António José Machado, disse à Lusa tratar-se de um equipamento "importante", por "esbater a interioridade".
"É com a ligação entre os equipamentos e a parte económica, da hotelaria, da restauração, que poderemos dar a volta ou, pelo menos, minimizar esta avalanche de despovoamento", disse.
Segundo o autarca, o espaço, que possui seis núcleos expositivos relacionados com as temáticas "Gente como nós", "Início do pesadelo", "A viagem", "Vilar Formoso fronteira da paz", "Por terras de Portugal" e "A partida", já acolheu cerca de nove mil visitantes nacionais e estrangeiros.
"Temos aqui várias segmentações de público. Segmentações a nível nacional e a nível internacional. Somos um museu recente, por isso ainda não muito conhecido no mercado turístico, mas já conseguimos captar algum, nomeadamente excursões, escolas, universidades, investigadores, professores, um pouco de tudo", disse Fernanda Cruz, coordenadora do equipamento que custou cerca de 1,2 milhões de euros.
A responsável lança o desafio aos professores de História para que visitem o espaço, alegando que "vale a pena darem uma aula viva" naquele local.
Os habitantes de Vilar Formoso valorizam o projeto museológico por considerarem que tem contribuído para captar turistas.
Jorge Fonseca, proprietário de um quiosque/bar, disse que a movimentação de pessoas "melhorou um bocadinho" desde a inauguração do museu.
"Não é assim muito, mas faz diferença, bastante diferença. Ao fim de semana há sempre mais movimento", declarou.
Manuel Costa, que possui um quiosque de venda de jornais, também reconhece que o equipamento cultural "trouxe mais movimento" ao largo da Estação da CP, onde se situa.
"As pessoas já se espalham, já ficam a almoçar, já é bom para os restaurantes e tudo", disse.
Outra comerciante da vila, Maria José, admite que a obra "veio dinamizar" Vilar Formoso.
"É uma coisa boa. Precisamos é cá de outras obras como esta. Mas penso que sim, que é uma coisa boa e espero que traga, efetivamente, mais turistas", afirmou.
A promoção do turismo sustentável através da mobilidade elétrica é o desafio de um projeto ibérico que está a ser implementado em sete áreas naturais de Portugal e de Espanha, com a participação do Instituto Politécnico de Castelo Branco.
O projeto MOVELETUR - Turismo Sustentável e Mobilidade Elétrica em Espaços Naturais tem como principal objetivo ligar áreas naturais das zonas raianas dos dois países e inclui, no total, de ambos os lados da fronteira, a aquisição de nove veículos e 91 bicicletas elétricas, além da instalação de 25 postos de carregamento e do desenvolvimento de uma plataforma de monitorização e reserva de veículos elétricos.
O projeto é desenvolvido no âmbito do Programa de Cooperação INTERREG VA Espanha-Portugal (POCTEP) 2014-2020 e tem um orçamento de 909 mil euros, cofinanciado em 75% pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER).
"A ideia é construir a hipótese de um turista ou viajante que queira fazer um ‘tour' natural andar de área natural em área natural, na zona raiana, sem que tenha grandes dificuldades de locomoção em termos do carregamento do seu veículo elétrico", explicaram à Lusa George Ramos, Rogério Dionísio e Paula Pereira, os responsáveis do instituto (IPCB) pelo projeto.
A instituição de ensino superior está a trabalhar, essencialmente, a mobilidade dentro da área natural da serra da Malcata, que envolve os municípios de Penamacor (distrito de Castelo Branco) e do Sabugal (distrito da Guarda).
Contudo, o IPCB acabou por ir um pouco mais longe e estender a sua intervenção até Almeida, por uma questão de facilidade de ligação às áreas naturais espanholas envolvidas na iniciativa.
A "Declaração sobre Destinos Culturais Sustentáveis Sem Fronteiras", produzida pela rede Aldeias Históricas de Portugal e pelo Instituto de Turismo Responsável, defende que a sustentabilidade tem de ser o pilar de destinos turísticos alternativos.
O documento, divulgado hoje , reúne as conclusões da cimeira internacional "Destinos Culturais Sustentáveis Sem Fronteiras", que decorreu em novembro, em Idanha-a-Nova, e defende a sustentabilidade em destinos turísticos não massificados, como é o caso da rede das Aldeias Históricas de Portugal.
A declaração defende que a atividade turística nestes territórios tem de funcionar como "um aliado na conservação das suas paisagens culturais e como garante da preservação do património cultural e da sua autenticidade".
"O turismo tem que se tornar num vetor para fortalecer as comunidades locais, ao aumentar o orgulho de pertença ao território e aos seus valores, e não uma indústria estandardizada, exógena em relação ao destino", defendem as entidades.
O turismo nesses destinos deve também recorrer aos bens e serviços locais, por forma a aumentar os seus laços à comunidade, sendo necessário criar soluções inovadoras para melhorar a eficiência de recursos, num contexto de economia circular.
Nas recomendações finais da declaração, é proposta a criação de uma rede internacional de destinos alternativos, assim como a implementação de um sistema de partilha das boas práticas entre estes territórios, permitindo replicar soluções "viáveis e criativas".
No documento, é ainda recomendada a promoção de rotas interpretativas nacionais e transfronteiriças, o envolvimento sustentável das comunidades locais no turismo e a consciencialização para medidas de gestão que garantam que estes destinos não se tornem alvo de processos de gentrificação.
O Plano Estratégico de Valorização Turística para o concelho de Santarém prevê a criação de sete produtos que aproveitem o potencial oferecido pelo património histórico, gastronómico, cultural, natural e paisagístico da região.
O documento, elaborado no âmbito do trabalho que tem vindo a ser desenvolvido nos últimos anos pela Entidade Regional de Turismo do Alentejo e Ribatejo nos concelhos da Lezíria, vem definir uma “linha estratégica” para um trabalho que tem vindo a ser realizado “mais ou menos avulso”, disse o presidente da Câmara de Santarém, Ricardo Gonçalves.
O plano, que vai ser submetido à próxima Assembleia Municipal, preconiza a realização de cerca de meia centena de ações ao longo dos próximos cinco anos, afirmando o autarca que algumas das medidas estão já a ser trabalhadas.
O documento conclui que Santarém possui uma “vocação turística eminentemente histórico-cultural, mas também religiosa”, ao mesmo tempo que reconhece a “reduzida atratividade de grande parte do espólio existente”.
Apontam-se as potencialidades e a falta de aposta na atratividade do património natural, em particular do rio Tejo e da zona que integra o Parque Natural das Serras d’Aire e Candeeiros, a escassa oferta hoteleira, o número reduzido de agentes de animação turística, a restauração “muito concentrada e com carência de qualificação e aposta na autenticidade gastronómica regional”.
Com base na análise realizada, os responsáveis pelo estudo apontam um conjunto de ações que visam melhorar a atratividade turística do concelho, com a criação de roteiros e rotas, condições de visitação dos monumentos e igrejas, programação regular de eventos culturais e de animação, além da afirmação como capital da gastronomia, com a criação de uma academia de formação especializada e a realização de residências criativas.
Ricardo Gonçalves disse à Lusa que várias destas vertentes têm vindo a ser trabalhadas, referindo em particular a preocupação em reabrir o museu de S. João de Alporão ou a Igreja de Santa Iria, ambos a necessitarem de intervenção que tem de ser articulada com a Direção-Geral do Património Cultural.
O autarca apontou igualmente a contratação recente de uma empresa que está a analisar toda a programação cultural do concelho e que irá trabalhar na sua divulgação, bem como a requalificação de vários espaços do centro histórico, devido a financiamento comunitários no âmbito do Plano Estratégico de Desenvolvimento Urbano.
O município destacou também o “corredor verde” que está a ser trabalhado com o concelho vizinho de Rio Maior, o contributo que a recentemente inaugurada rede de pontos de ‘wifi’ no centro histórico dará para uma plataforma de realidade virtual e a criação de uma nova imagem para o turismo.
O plano sugere que o espaço do antigo quartel da Escola Prática de Cavalaria seja transformado num “parque de cidade”, aproveitando as estruturas existentes, nomeadamente para a criação de um centro equestre, e que o antigo presídio militar acolha um centro de arte, ciência e tecnologia ou um “megaestúdio cinematográfico”.
Para o campo Emílio Infante da Câmara propõe-se um espaço verde dedicado às artes, com a criação de uma Casa das Artes e de Espetáculos e um museu do campino e do cavalo, aproveitando a Casa do Campino para a instalação de uma academia especializada na formação em artes gastronómicas.
No norte do concelho, sugere-se que o património natural das Serras d’Aire e Candeeiros, que inclui a jazida de pegadas de dinossáurios de Vale de Meios, e inúmeras pedreiras desativadas, seja candidatado a Geoparque da UNESCO e aproveitado para turismo na natureza.
Para o rio Tejo, além do aproveitamento para desportos náuticos, o município refere o potencial da requalificação dos bairros e aldeias ribeirinhas, a criação de uma rede de aldeias avieiras, a criação de um centro interpretativo e de um “comboio turístico” Lisboa/Santarém.
Ricardo Gonçalves afirmou que o plano “é muito ambicioso”, pelo que não poderá ser concretizado “todo de uma vez”, e que, sendo um “documento aberto”, é “sempre possível melhorar” e “adaptar a realidades exógenas”, nomeadamente às decorrentes dos fundos comunitários.
Edifícios da Coudelaria de Alter do Chão foram concessionados por 50 anos ao grupo Vila Galé para a reconversão num hotel de quatro estrelas, que pretende dinamizar o turismo equestre neste concelho do distrito de Portalegre.
Segundo o contrato a concessão é feita por 50 anos e o investimento total para a recuperação do edificado está estimado em oito milhões de euros.O hotel deverá ser inaugurado em 2020.
Este é considerado “um projeto âncora de dinamização turística e económica do interior” e levou à cerimónia, que decorreu no Ministério da Agricultura, em Lisboa, os ministros da Agricultura, Capoulas Santos, das Infraestruturas, Pedro Marques, e da Economia, Manuel Caldeira Cabral, além da Secretária de Estado do Turismo, Ana Mendes Godinho, e do presidente da Câmara de Alter do Chão, Francisco dos Reis, além dos signatários do acordo.
A concessão pretende “afirmar ainda mais Alter do Chão como um dos principais centros de turismo equestre em Portugal”, destacar o potencial da Coudelaria para o turismo da região, para o emprego e para a projeção do cavalo Alter Real, salientaram os ministros.
A Coudelaria de Alter do Chão, fundada em 1748 por D. João V, desenvolve trabalhos de seleção e melhoramento de cavalos Lusitanos e possui uma unidade clínica dotada com todos os meios para o acompanhamento e tratamento médico dos animais, acolhendo, nas suas instalações, entre outras valências, o Laboratório de Genética Molecular.
A coudelaria, que emprega cerca de 30 pessoas, passou a ser gerida, em Março de 2007, pela Fundação Alter Real (FAR), após a extinção do Serviço Nacional Coudélico, no âmbito do Programa de Reestruturação da Administração Central do Estado.
Após a extinção da FAR, em agosto de 2013, a Companhia das Lezírias assumiu a gestão da coudelaria, cabendo a gestão do Laboratório de Genética Molecular à Direção-Geral de Alimentação e Veterinária.
O Caminho Português da Costa, que envolve dez municípios do Norte de Portugal, é o segundo itinerário mais percorrido numa lista de sete Caminhos de Santiago (Espanha), disse à Lusa a diretora-geral do Turismo da Galiza.
Nava Castro avançou que o Caminho Português da Costa “é o segundo itinerário mais percorrido” no ‘ranking’ dos sete principais Caminhos de Santiago, surgindo depois do Caminho Francês, o percurso que está em primeiro lugar na lista e que registou entre janeiro e outubro “158.065 mil peregrinos”, o que representa 59,5% do total dos peregrinos a realizar os Caminhos de Santiago em 2017.
À margem de uma ação de promoção do turismo galego a jornalistas portugueses, que decorre em Santiago de Compostela no âmbito de um acordo assinado entre o Turismo da Galiza e do Turismo do Porto e Norte de Portugal, Nava Castro explicou que o Caminho Português da Costa registou entre 01 de janeiro e os primeiros dias deste mês de outubro “52.902 mil peregrinos”, um valor que representa 19,9 por cento (%) do total de peregrinos que chegaram a Santiago de Compostela naquele período.
O Caminho Português da Costa é um percurso que se faz junto à costa atlântica e que une os municípios do Porto, Matosinhos, Maia, Vila do Conde, Póvoa de Varzim, Esposende, Viana do Castelo, Caminha, Vila Nova de Cerveira e Valença, até chegar a Santiago de Compostela, capital da Galiza.
Entre 01 de janeiro e 06 de outubro deste ano, a Galiza recebeu um total de “265.584 peregrinos”, sendo mais de metade peregrinos estrangeiros (54,95%) e os restantes são peregrinos espanhóis (45,05%).
Dos peregrinos estrangeiros (54,96%) registados entre janeiro e outubro deste ano, os viajantes peregrinos portugueses representam 4,27%, ou seja, 11.332 peregrinos lusos que chegaram à capital da Galiza.
Cerca de 500 profissionais de turismo britânicos vão participar a partir de segunda-feira em São Miguel, no congresso anual da Association of British Travel Agents (ABTA), que o Governo dos Açores considera ser uma “boa oportunidade” para promover a região.
“Neste congresso da ABTA 2017, que tem lugar nos Açores, onde teremos oportunidade de ser palco para debate dos desafios da indústria de turismo, com enfoque naturalmente no mercado britânico, temos também a oportunidade de promover, no seio destes operadores ingleses, os Açores, indo ao encontro de um dos mercados estratégicos da região com maior potencial de crescimento”, afirmou à Lusa a secretária regional da Energia, Ambiente e Turismo, Marta Guerreiro.
Segundo Marta Guerreiro, são esperados “cerca de 500 participantes, entre agências, ‘opinion makers’, jornalistas”, pelo que os Açores têm “uma boa oportunidade” para divulgar o arquipélago.
“Note-se que 90% dos pacotes de férias do Reino Unido são vendidos através de membros da ABTA, que têm mais de cinco mil lojas e escritórios”, declarou.
Este congresso anual, que termina na quarta-feira, no Teatro Micaelense, inclui a visita a alguns locais turísticos da ilha.
“Esse é precisamente um dos objetivos de trazer cá quem vende os destinos”, referiu a governante, considerando que, além do debate e trabalhos previstos, “também é muito importante o programa social”, que “permite aos participantes ter contacto com a realidade” para que “com maior facilidade vendam o destino” Açores.
De acordo com dados do Serviço Regional de Estatística dos Açores, entre 01 de janeiro e 31 de julho último, os residentes no Reino Unido atingiram 26.492 dormidas, longe do principal mercado emissor estrangeiro, a Alemanha, com 147.292 dormidas.
Em 2016, no mesmo período, foram 30.822 as dormidas de turistas do Reino Unido (a Alemanha atingiu 120.302), sendo este o oitavo mercado emissor estrangeiro em dormidas, depois da Alemanha, Estados Unidos da América, Espanha, Holanda, Dinamarca, Canadá e França).
Questionada sobre se entende que estes números vão mudar nos próximos anos, Marta Guerreiro salientou que o “objetivo é exatamente esse”.
“Esse é um mercado estratégico que nos Açores tem um enorme potencial de crescimento face aos números em que estamos atualmente”, disse a secretária regional, notando que este decréscimo de dormidas tem explicação no facto de a Ryanair “não ter realizado neste último inverno o voo que no ano anterior foi concretizado”.
A governante disse ainda que “os Açores podem continuar a ter boas perspetivas de crescimento por variadas razões”, sendo que não é alheia a instabilidade em alguns locais do mundo que “constituem também concorrentes em termos turísticos”.
“A nossa aposta tem que ser na qualificação do destino e é por aí que temos de enveredar, no sentido de, independentemente daquilo que acontece no resto do mundo, termos um destino sólido” ao nível da atração de turistas, acrescentou.
A escolha dos Açores para a realização do congresso anual da ABTA foi anunciada em outubro do ano passado pela Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo (APAVT), que venceu a candidatura para a organização.
A candidatura, com o apoio do Governo Regional dos Açores, foi disputada com mais dois destinos europeus, “tendo o projeto da associação portuguesa com o apoio do Turismo dos Açores logrado vencer a concorrência”, referiu na ocasião a APAVT.
Os Caminhos de Santiago podem ser um importante produto turístico da região norte de Portugal, mas isso obriga à requalificação das infraestruturas, homogeneização da sinalética, formação de acolhimento ao peregrino e coordenação de investimentos entre entidades, salienta um estudo.
“Podem constituir um importante produto turístico da região norte se desenvolvido de forma a garantir, ao longo de toda a sua extensão, uma experiência turística integral e de qualidade”, conclui o documento “Caminho Português de Santiago no Norte de Portugal”, que compila três estudos elaborados pela Hidria, Naturbarroso e arquiteto Rui Ramos Loza, cofinanciados por fundos comunitários.
Uma das conclusões é de que existe uma grande “diversidade e variabilidade” dos tipos de marcas utilizadas na sinalização dos caminhos, sendo muito delas usadas para a mesma função variando em formas e materiais de construção.
Por isso, é essencial uma homogeneização da sinalética associada a estes traçados, guiando-se pelas normas em vigor para a região da Galiza, sustenta.
“Associado ao processo de substituição das marcas atualmente existentes a realizar com esse objetivo deve estar o desenvolvimento de um manual de identidade que estipule as regras de utilização, localização e colocação das novas marcas a distribuir a todas as entidades que venham a ser responsabilizadas pela sinalização dos Caminhos de Santiago na região (associações, juntas de freguesia, municípios ou outras)”, salienta o documento.
O grau de utilização, as condições climatéricas, o desgaste da sinalética e o possível vandalismo obriga a uma manutenção, no mínimo anual, indica.
Outra das alterações apontadas é uma maior formação daqueles que acolhem os peregrinos, de modo a poderem responder, da melhor forma, às necessidades deste “tipo de turista”.
A remodelação e potenciação das infraestruturas de apoio ao peregrino, como por exemplo o acesso à Internet, também integra a lista das mudanças a implementar para potenciar os caminhos no Norte do país.